Pra mim não faz sentido nenhum essa afirmação. Mesmo sem estudar o mínimo sobre criação, essa frase nunca se encaixou nos meus pensamentos sobre como educar minha filha. E depois de algum tempo lendo e aprendendo, dar palmada ou mesmo agredi-la verbalmente está fora de cogitação para mim.
Em um estudo canadense, li o seguinte: "a punição física durante a infância está associada a problemas de comportamento na vida adulta, incluindo depressão, tristeza, ansiedade, sentimentos de melancolia, uso de drogas e álcool, e desajuste psicológico geral",isso sim faz o maior sentido para mim.
Veja bem, não estou dizendo que é fácil a mudança do padrão de educar, pois culturalmente estamos acostumados a levantar a mão e a voz a uma criança. Ouvimos diariamente na rua mães xingando seus filhos ou batendo neles porque estão fazendo escândalo no supermercado por exemplo. Mas se você observar melhor, no fundo, a criança está frustrada com alguma situação, e a “birra” é o jeito que ela conhece de tentar fazer ouvir seus desejos (naquele momento ela pode estar com sono, fome, entediada, cansada…). O que colocamos pra fora, em forma de violência, é a nossa frustração em não saber lidar com a situação, seja porque estamos estressados no dia a dia, seja porque fomos educados assim, seja porque não conseguimos ou não sabemos como conversar com nossos filhos ou, acredito mais nessa hipótese, não sabemos como criar os nossos filhos desde recém nascido.
A mudança no padrão de comportamento do adulto com relação a violência infantil, tem que ser um trabalho de formiguinha, ser construído aos poucos, pois é realmente muito difícil. Eu comecei a minha mudança a partir do momento que engravidei, apesar de nunca ter concordado com castigos físicos e psicológicos. Me policio 24 horas por dia, 7 dias por semana, para não fazer uso da minha frustração ou estresse para educar a Sofia, e com isso vou ganhando experiência e trabalhando minha paciência, ganhando a confiança da minha filha e dando exemplo positivo, porque novamente, não é fácil, mas é possível sim educar sem palmada!
(Texto de Aline Bucci-formada em gestão ambiental, doula, esposa e mãe.
Fonte: O mundo de Sofia só que Bucci.)
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